Mobilize | Prefeito que aumentar velocidade deveria ser punido, diz pesquisador |
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Data:07/10/2016Fonte:MobilizeFonte da imagem:Recorte digital de mobilize.org.brTAGs:velocidade, ciclistas, pedestres, São Paulo, segurança viáriaEditoria:TrânsitoAtualização: 07/10/2016imprimir artigo enviar por e-mail * Trânsito do Centro da Capital sofre alterações nesta segunda quinzena de outubro. * Código de trânsito pode ficar mais severo * Experimente fazer o teste de mitos do trânsito proposto pelo G1 * TRÂNSITO: Novembro tem curso do DENATRAN em São José * TRÂNSITO: Prefeitura discute com entidades a revitalização da Edu Vieira |
Pesquisador da USP que publicou estudo recente no "Lancet" sobre a experiência de mobilidade em SP alerta: reverter medidas é crime contra a saúde dos paulistanos Independente do resultado das eleições à prefeitura de São Paulo, a cidade tem agora um desafio: endossar políticas que comprovadamente fazem mal à saúde ou lutar para que iniciativas que aumentem a qualidade de vida de todos – ricos e pobres – sejam implementadas ou melhoradas. A redução da velocidade e as ciclovias adotadas em SP fazem parte de um modelo de cidade compacta – tímido ainda – respaldado por diretrizes internacionais. São cidades que optaram por um modelo inclusivo e um design que favorece a qualidade de vida. Esse tipo de cidade luta para diminuir o tempo de viagem de seus cidadãos e encurtar distâncias. Também há mais incentivo para transportes alternativos ao carro, que é desestimulado. É consenso internacional, referendado pela Organização Mundial de Saúde, que medidas são mais saudáveis. O pesquisador Thiago Hérick de Sá, pós-doutorando da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, fez parte de um estudo internacional que avaliou os benefícios à saúde desse modelo de cidade compacta. A pesquisa foi publicada na prestigiada publicação científica Lancet. Além de São Paulo, fizeram parte do estudo pesquisadores das cidades de Boston (Estados Unidos), Copenhague (Dinamarca), Deli (Índia), Londres (Reino Unido) e Melbourne (Austrália). Para ganhos reais na saúde, os pesquisadores propuseram incremento de 30% na diversidade e densidade do uso do solo. Isso significa, por exemplo, aumentar o número de imóveis destinados a função social – privilegiando, assim, moradias no lugar de estacionamentos. Outra proposta foi o aumento de 10% na distância percorrida pelo chamado transporte ativo – a pé ou de bicicleta. Isso pode ser conseguido com distâncias mais curtas entre os serviços e a população, além da construção de infraestrutura adequada para outros modais, como as ciclovias. Para se ter uma ideia do benefício, esse modelo sozinho em São Paulo, segundo o estudo, levou a uma redução aproximada de 7,5% na incidência de doenças do coração e de 5% na prevalência de diabetes tipo 2. As reduções foram estimadas só levando em conta o modelo de cidade compacta – sem mudanças na dieta: diretriz comum para redução da prevalência dessas doenças. Diante das benesses observadas no estudo, Hérick de Sá diz que a reversão das tímidas medidas implementadas em São Paulo seriam um crime contra a saúde da população, passível de punição. Abaixo, ele explica um pouco mais sobre o modelo de cidade compacta, mostra como São Paulo ainda tem muito o que caminhar e diz que essas questões têm sido tratadas nas eleições de modo “pobre” e “retrógrado”. Leia a entrevista com Thiago Hérick de Sá: O que é uma cidade compacta? Essas cidades têm um design inteligente que favorece hábitos cotidianos saudáveis (como caminhar, pedalar, plantar e passear). Há também um aumento do desejo por viver a cidade: seus cantos, sua gente, seus sistemas, sua cultura e suas possibilidades. Mas, no estudo, consideramos apenas as alterações na densidade e diversidade de uso do solo, na redução das distâncias e na mudança de modos de transporte a favor da caminhada e da bicicleta. Continue lendo esta notícia direto da fonte... |